quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Dá pra falar?



Quando era um tiquinho de gente, as pessoas diziam que eu era tão chata que não havia meios de me dizer NÃO, quando queria algo!! Ora, essa!! A brincadeira de escola ,com as amigas, no papel da professora sempre foi a preferida, e eles talvez não tenham percebido que ali estava o elemento básico do convencimento: o gosto de falar, aprender, ensinar e convencer o público. E a coisa foi ganhando forma à medida que a vida “mostrou as suas asinhas”. De fato, a crise, o desespero, a necessidade, a paixão e tudo que está em ebulição, nos torna mais criativos. Na infância (adoro a infância) somos intitulados de insistentes e chatos porque não conhecemos os argumentos, as palavras certas para convencer alguém de algo, mas quando a curiosidade entra em cena, as portas se abrem e todos os veículos de conhecimento são aliados. Os astros sempre dão a sua contribuição e SER MULHER também, aqui fala uma mulher geminiana com ascendente em gêmeos, e todos os almanaques dizem que este é o signo da comunicação, então está tudo a favor. Minha brincadeira predileta agora é trocar idéias, ouvir o que as pessoas pensam, sempre viajo quando ouço alguém falar pela primeira vez, seja quem for. Adoro os idiomas, sotaques, o som das vozes, a pronúncia das palavras, e pelo conjunto descobrir a origem, o jeito, os gostos e o modo de vida de quem fala. Vale ressaltar que a psicologia está fora disso, o barato da coisa é a linguagem mesmo. Não só eu como muitas pessoas já escreveram antes o que iam dizer em situações reais da vida e ensaiávamos diante do espelho horas e horas para que tudo desse certo na hora H. A vontade de dizer a coisa certa na hora certa é tão importante quanto amar e ser correspondido. Se ama falando, se mata falando, se canta falando, se encanta falando, se olha falando. Lembro-me bem de um trecho lindo de um poema, de um autor desconhecido que diz assim: “Case-se com alguém que goste de conversar porque quando o tempo for seu inimigo e as linhas de expressão dominarem sua face, e se a vitalidade não for como você gostaria, tudo que restará será bons momentos de conversa.” E se casou é porque um dos dois é um exímio convincente!! Nos dias de hoje, convencer alguém a dividir a vida com a gente é arte de mestre porque nem o amor está conseguindo.